
A idéia original era muito simples: pegar uma caixa que foi parte de um presente e usá-la para colocar todas as cartas, cartões-postais, fotos e mensagens que diferentes pessoas escreveram para mim em momentos diversos da vida. Demonstrações de sentimentos na forma escrita. Isso sim, para mim, é o maior tipo de presente que se possa receber. Algumas pessoas preferem carros, o celular da última geração, Ipod, brinco de diamantes, etc. Eu prefiro saber o que voce representa para a pessoa que está te presenteando.
Seria uma espécie de tesouro pessoal, o mais valioso. No final da vida, não importa tanto a casa de dois andares no bairro de luxo que voce conseguiu comprar, e nem mesmo a quantidade de dinheiro que você deixou para os seus filhos. Mas, sim qual tipo de relação você conseguiu com as pessoas. O que de mais pessoal você implantou em outros indivíduos. Que tipo de pensamento é provocado quando outros pensam em voce. Bens materiais, com muito esforço, voce pode ter. Bens pessoais, às vezes, não. E essa última, pelo menos para mim, é muito mais indício que uma pessoa foi bem suscedida em vida do que a última.
Eu tenho essa fantasia (entre tantas outras) que, se algum dia eu for famoso, seria muito fácil se um escritor quisesse escrever minha biografia. Era so encontrar essa caixa perdida em meu guarda-roupa agora empoeirado e moribundo. Com isso em mente, fui relendo e colocando as cartas, fotografias e cartões...
E quem precisa de máquinas do tempo para voltar ao passado? Só é preciso de cartas e voce pode reviver estórias, sentir aquela inocência de volta, um pouco de nostalgia, arrependimento, saudades e frustração. Você percebe que a pessoa que você queria ser quando adolescente é bem diferente da que você é hoje. Que alguns aspectos são bem melhores, e que em outros você ainda precisa melhor. E outros...bem...não mudaram em absolutamente nada.
E a caixa, de repente, foi se enchendo e enchendo. De tal forma, que nada mais cabia, e ela não se fechava.
Uma nova caixa, maior, é necessária.
E em uma noite longa, tediosa e solitária de Sábado, em que seu celular não toca e você se vê sem perspectiva alguma, ter uma caixa cheia até a boca de pessoas na sua vida te faz sentir menos sozinho e mais vivo do que nunca.
André Marçal
Seria uma espécie de tesouro pessoal, o mais valioso. No final da vida, não importa tanto a casa de dois andares no bairro de luxo que voce conseguiu comprar, e nem mesmo a quantidade de dinheiro que você deixou para os seus filhos. Mas, sim qual tipo de relação você conseguiu com as pessoas. O que de mais pessoal você implantou em outros indivíduos. Que tipo de pensamento é provocado quando outros pensam em voce. Bens materiais, com muito esforço, voce pode ter. Bens pessoais, às vezes, não. E essa última, pelo menos para mim, é muito mais indício que uma pessoa foi bem suscedida em vida do que a última.
Eu tenho essa fantasia (entre tantas outras) que, se algum dia eu for famoso, seria muito fácil se um escritor quisesse escrever minha biografia. Era so encontrar essa caixa perdida em meu guarda-roupa agora empoeirado e moribundo. Com isso em mente, fui relendo e colocando as cartas, fotografias e cartões...
E quem precisa de máquinas do tempo para voltar ao passado? Só é preciso de cartas e voce pode reviver estórias, sentir aquela inocência de volta, um pouco de nostalgia, arrependimento, saudades e frustração. Você percebe que a pessoa que você queria ser quando adolescente é bem diferente da que você é hoje. Que alguns aspectos são bem melhores, e que em outros você ainda precisa melhor. E outros...bem...não mudaram em absolutamente nada.
E a caixa, de repente, foi se enchendo e enchendo. De tal forma, que nada mais cabia, e ela não se fechava.
Uma nova caixa, maior, é necessária.
E em uma noite longa, tediosa e solitária de Sábado, em que seu celular não toca e você se vê sem perspectiva alguma, ter uma caixa cheia até a boca de pessoas na sua vida te faz sentir menos sozinho e mais vivo do que nunca.
André Marçal