Wednesday, December 30, 2009

Inveja

Não é que eu tenha raiva de você, ou te deseje mal. Muito pelo contrário. Quando meu pensamento muda pra você nos meus momentos de introspecção, me pego feliz por todas as coisas que você está passando. Sim, eu ainda penso em você.

E não estranhe se eu não ligar ou mandar um e-mail pedindo notícias suas. Não é que eu não queira saber...porque eu quero...você não tem idéia do quanto eu quero. Mas, saber que você é mais feliz do que poderia ser comigo pode ser demais.

Acho que tudo se resume a inveja. Mas, não se preocupe, não é a do tipo ruim. É sempre essa constante. Essa sensação contínua de que você está vivendo todas essas coisas, e eu não. De que você está dando as risadas das mais gostosas, e eu não. De que você recebe carinho e olhares, e eu não. Alguém pra dividir a cama, e eu não.

Alguém pra ser feliz ao lado...e eu não.


André Marçal

Wednesday, December 23, 2009

Diálogos

De assalto, entre nossos pés enfiados na areia, sol brilhando, refletindo naquela água tão azul e ao som das ondas quebrando na praia, você me pede que eu conte uma história de amor.

Eu te digo que só tenho histórias inacabadas...e não te conto nada.

Seguimos assistindo o vai-e-vem das ondas, em silêncio.


André Marçal

Monday, December 14, 2009

Despedida


Você não sabe quantas vezes eu percorri aquela avenida. Ia e voltava, pensando no que te dizer. Tentava montar um discurso na minha cabeça enquanto observava todas aquelas pessoas tão diferentes, carros, lojas, Cafés...Eu não sabia, mas isso já era uma espécie de despedida, pelo menos para mim.

Eu queria escolher bem as palavras. Queria usar aquelas que não te comprometessem tanto. Mesmo que fosse a última vez que fôssemos nos ver, as coisas poderiam mudar no instante final. E confesso a você que tive receio de que isso acontecesse.

Eu sabia ler o seu olhar. Às vezes, ele me mostrava seu interesse. Outras, o seu desconforto. Me desculpe por isso. Mas é que tenho a mania de tentar encontrar significados apenas em olhares. E o seu indicava os dois.

Por isso, dava voltas naquela rua. Por esse mesmo motivo, fiquei plantado na frente do prédio. Na dúvida...sempre nela...não subi. Não falei nada. Fiz o caminho de volta, caminhei na direção mais oposta possível de você, e colecionei mais uma oportunidade perdida nessa vida.

Mas, baby, essa vida não é feita de oportunidades perdidas e desperdiçadas?

André Marçal