
Pego o violão, toco alguns acordes tristes e me vejo em um palco, encarando milhares de pessoas emocionadas com a música que sai de mim. E acho que quero ser músico.
Escrevo alguns rascunhos no papel; ensaio alguma coisa nesse blog; tenho idéias mirabolantes dentro do ônibus, e chego a conclusão que o melhor é ser escritor. Afinal, há tanto ainda a se contar.
Assisto meus filmes preferidos pela enésima vez; revejo as atuações de atores e atrizes que admiro muito, e resolvo que o melhor é atuar. Expressar raiva e alegria através de um papel pode ser muito saudável. E reconhecimento é sempre bem vindo. Entretanto...muito mais divertido seria dirigir o elenco e todas as cenas. E ser diretor de cinema é a minha nova profissão. Até o momento em que eu percebo que muito mais tesão seria escrever toda a estória e personagens. Brincar de Deus por alguns momentos. E roteirista é o trabalho definitivo.
Mas...isso tudo soa muito trabalhoso e cansativo. E, além do mais, sempre existe a dúvida se realmente existe talento suficiente para realizar todas essas coisas. Está decidido: de agora em diante, vou ter uma vida normal. Um emprego comum de oito horas diárias. Voltar para casa, assitir TV e filmes no DVD. Casar e criar uma família. Nada muito impressionante, a não ser a tranquilidade de não ter que ser extraordinário todos os dias. É isso. Pronto. Vou dormir melhor essa noite.
Mas, amanhece o dia...e o que eu quero ser mesmo?
André Marcal