Ela queria amar, mas que fosse algo de verdade. Amor mesmo, daqueles que ela lia nos romances da Jane Austen. Não as coisas superficiais que ela já havia tido experiência: amor de plástico, ela dizia. Não as juras de amor ensaiadas; não a obrigatoriedade de ficar ao lado da pessoa; não mais a mesma dúvida se é esse ou não o que ela gostaria de estar. Ela queria experimentar a plenitude do sexo. Não mais aquela insatisfação com os rapazes que ela já havia tido experiência. Talvez com alguém que se amasse, de fato, fosse diferente.
Queria tudo isso e mais. Coisas que nem sabia expressar direito. Só sabia que queria.
Mas...havia algo que a impedia. Podia desconhecer os caminhos para amar, mas a única coisa a que tinha certeza era que a dor e a mágoa poderiam ser maiores do que ela. Maior do que poderia suportar. Amar alguém e perder a pessoa. Amar alguém e não ser correspondido.
Mas sabia, também, que uma vida sem uma história de amor não era vida. E, enquanto isso, ela seguia com a única certeza que tinha: queria amar.
André Marçal
Wednesday, May 20, 2009
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